No último discurso que fez antes do recesso parlamentar de julho 2019, o deputado federal pernambucano Augusto Coutinho (Solidariedade) defendeu a retomada do debate sobre a Transnordestina. De acordo com ele, é urgente que a ferrovia volte a ser olhada.
“Esta obra está novamente paralisada. Não se pode negar que o governo federal tem empregado esforços para sua retomada, mas quero registrar o quanto é importante que esse assunto seja tratado como prioridade. É necessário que seja dada celeridade para sua retomada. Uma região como o Nordeste, não pode ver a Transnordestina no esquecimento”, disse em plenário.
Augusto Coutinho foi relator da Comissão Especial da Construção da Ferrovia Transnordestina.
No final de 2018, o parlamentar apresentou um relatório de averiguação in loco da situação da obra. Este documento, elaborado pela Comissão Especial continha histórico, impactos da Transnordestina para a região Nordeste e um estudo com projeções de investimentos necessários, além cronogramas desejáveis para que o projeto fosse concluído.
O documento foi entregue à equipe de transição do governo Bolsonaro.
O projeto da Ferrovia Transnordestina integra os estados de Pernambuco, Ceará e Piauí, sendo previsto um total de 1.753 quilômetros. Uma vez concluída ela vai ligar o o Sertão ao porto cearense de Pecén e ao pernambucano Suape, tornando-se, assim, a principal rota para o escoamento da produção da produção.
O leilão da Malha Ferroviária Nordeste, que deu início ao projeto, ocorreu em 1997. De lá para cá, foram muitas as idas e vindas, incluindo mudanças de orçamento e de calendários.
Em 2007 esta obra foi includida no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na época, o custo do empreendimento girava em torno dos R$ 4,5 bilhões.
Mas, contrariando as previsões, em 2014 o projeto já tinha custo estimado superior aos R$ 7,5 bilhões. A previsão de conclusão havia se estendido para 2016.
“Hoje, a obra está paralisada, lamentavelmente. Foram muitos os recursos investidos. Temos 52% da obra executada, mas ela está paralisada. A empresa parou, não pagou os seus fornecedores e muitos comerciantes que montaram seus negócios em volta da Transnordestina tiveram prejuízos e estão arcando até agora com isso”, completou Augusto Coutinho.
Ainda de acordo com o deputado pernambucano, conforme relatório construído na Comissão, os atrasos se devem, principalmente, ao aumento no orçamento previsto para o empreendimento e o descompasso entre a execução física e os desembolsos.